Fundamentalmente, o cargo de CIO abrange três aspectos: o chefe funcional (focado em operações), o líder transformacional (focado em alinhamento, capacitação e mudança de processos) e o estrategista de negócio.

O estrategista aborda o modo como a empresa cria valor para seus acionistas e serve seus clientes. O CIO estratégico é um líder de negócio que usa a tecnologia como principal ferramenta para gerar vantagem competitiva.

Os CIOs que têm uma função primordialmente operacional ou transformacional olham para a empresa de dentro para fora — começando pelo modo como operam e depois mirando os clientes. Os CIOs estratégicos olham a empresa de fora para dentro e perguntam:em que tipo de negócio estamos?

Sem contar com esta questão, citada pelo reverenciado editor da Harvard Business Review, Ted Levitt, vejo outras três questões estratégicas que um CIO deve responder.

Que tipo de negócio é a TI hoje em dia?

Durante os últimos dois meses, perguntei isto para centenas de CIOs em workshops promovidos em três continentes. Em discussões informais, os CIOs, muitas vezes, opinaram que a “TI está em todos os tipos de negócios”. Esta ideia de “em todos os negócios” reflete uma macro tendência prevalente de que todas as coisas estão sendo digitalizadas.

Esse pensamento também contribuiu para um lamento frequentemente ouvido: “Estamos no negócio que está sempre em segundo plano”. Esse pensamento, que existe na cabeça de muitos executivos de TI, é um subproduto de outra macro tendência: o ritmo em constante aceleração da mudança e a falta de paciência dos usuários. Essa fonte de frustração, naturalmente, fez com que quase todo CIO com quem conversei desejasse sair no negócio do tipo “faça mais com menos”.

Mas será que esse devaneio responde a questão atual? Para melhor determinar que tipo de negócio é a TI hoje em dia, adicionamos mais granularidade a questão, perguntando onde a TI está, de fato, gastando seu tempo e recursos. Partindo disso, obtemos esse interessante resultado: 61% dos entrevistados responderam que a TI é uma combinação de “negócio de infraestrutura” (isso é, manter as coisas funcionando) e do “negocio da integração” (ligando vários tipos de sistemas de legado em funil de forma que possam interoperar em uma base semi-não tóxica).

Que tipo de negócio a TI deve ser amanhã?

Seria algo complicado para você, no entanto, encontrar qualquer um que acredite que a infraestrutura e a integração devem ser o único foco da TI no futuro. O que vejo é um consenso de que a TI terá um papel mais significativo no futuro. Kevin Turner, diretor chefe de operações da Microsoft, vai direto ao ponto ao retratar o caminho evolucionário do CIO à medida que move a partir de uma tecnologia de gestão de partes por peça, através da transformação do ambiente de TI, possibilitando excelência executiva e, finalmente, estacionando no ponto de “liderança estratégica de negócios”.

Mas o que exatamente isso significa?

Significa que a TI não está mais apenas no negócio de observância, redução de custos, entrega de projetos e fornecimento de projetos. Isso significa que a TI deve ensaiar até a exaustão para sair do negócio de “pedir desculpas pelos sistemas velhos, irrelevantes e fora de moda”. Em vez disso, ela deve se posicionar como estando no negócio de “criar e evitar uma surpresa estratégica”.

A TI não se resume apenas ao negócio “podemos fazer melhor”. Ela está no negócio de “podemos fazer coisas que antes se pensavam impossíveis”.

O que o “I” em “CIO” deve significar?

Pelo fato de que muitos departamentos de TI sentem-se forçados a seguir o que deve ser o lema da Escola de Gestão Tecnológica Nancy Reagan (Nancy Reagan School of Technology Management) (“Apenas diga não!”), o “I” em “CIO”, muitas vezes, parece ser “insignificante”, “irrelevante”, “invisível” ou “no caminho”.

Nas oficinas, perguntamos aos executivos de tecnologia o que eles queriam que o “I” significasse. As respostas incluíram “imaginação”, “lucro” (income, em iglês), “inteligência”, “investimento”, “inspiração” e “inovação”.

Observando o futuro, então, o que a TI precisa fazer é equilibrar seu foco atual na infraestrutura e integração com uma nova reputação para inspiração e inovação.