Um estudo levantado pela Gama Academy, escola de capacitação de profissionais para startups, levantou as principais causas de “morte” de jovens empresas de base tecnológica no Brasil.

Segundo informações da Fundação Dom Cabral, uma em cada quatro startups fecha com menos de um ano de funcionamento, outras 50% param de funcionar depois de menos de quatro anos. No total, 75% fecham o negócio com menos de treze anos em atividade.

Batizado com o sugestivo nome de “Cemitério de Startups”, o estudo mostra a história de 46 startups que não foram para frente. Além do nome da startup, descrição, cidade, motivo pelo qual faliu e investimento recebido, a pesquisa também mensurou todas as informações e identificou os padrões mais comuns que levaram ao fracasso.

A pesquisa aponta que São Paulo é a cidade onde mais startups faliram, contabilizando 22 empresas fechadas, seguida de Brasília e Belo Horizonte (5 e 3, respectivamente). A capital paulista é a líder entre as cidades que possuem startups falidas, pois é uma das regiões onde existem mais empreendedores.

Para desenvolver o estudo, a empresa se baseou nas descobertas do Bill Gross da Idealab, primeira empresa incubadora de startups dos Estados Unidos, que pontuou aspectos importantes nas startups e realizou um levantamento com 200 empresas que faliram, classificando os motivos do fracasso, que foram divididos em cinco tipos: ideia, time, business model, funding e timing.

Seguindo esses critérios, o motivo principal do fracasso das startups pesquisadas está no time. Por serem empresas iniciantes e com poucos recursos, muitas vezes os contratados são profissionais que não possuem experiência necessária para ajudar a startup a crescer.

Para Guilherme Junqueira, CEO da Gama, o melhor caminho é começar trabalhando em uma startup antes de criar sua própria empresa. “Algumas estatísticas afirmam que nove entre dez startups morrem antes mesmo de começar a funcionar, e falhar pode ter seu aspecto positivo – como o aprendizado – porém, acreditamos que é possível aprender muito mais vivenciando o ambiente de uma startup antes de empreender”, explica o empreendedor.

Além do time, outro fator que leva as startups a fecharem as portas é a escolha dos sócios, já que grande parte dos empreendedores selecionam seus sócios utilizando critérios vagos, que não são complementares ao seu próprio perfil. Outro dado interessante do levantamento é que o valor total que essas empresas receberam de investimento – e que se perdeu – chegou em R$ 4,4 milhões.

Junqueira defende que as startups no Brasil precisam aprender a fracassar, para entender como empreender da melhor maneira. “Durante a pesquisa inicial foram contatados mais de 80 empreendedores, mas somente 46 aceitaram compartilhar seus casos de fracasso. Esse é um indicador de que precisamos fomentar ainda mais a cultura do ‘fracasso’, pois essas histórias trazem aprendizados extremamente valiosos para todo o ecossistema e representam um grande filtro para investidores selecionarem empresas/startups mais maduras”, finaliza.