No ano passado, a Samsung lançou o Galaxy S6 com uma nova ideia para seus smartphones: investir mais pesado em design, usando vidro e alumínio na construção do aparelho. A contrapartida foi a perda do slot para cartão microSD e a impossibilidade da remoção da bateria, o que desagradou os fãs mais antigos da empresa, que viam nestes recursos uma vantagem sobre o grande rival iPhone.

O Galaxy S7 Edge é justamente uma forma de trazer de volta os fãs antigos. O aparelho volta a ser à prova d’água, como era na época do Galaxy S5. O slot para cartão microSD de até 200 GB está de volta. A bateria aumentou significativamente para 3.600 miliamperes-hora, para que a incapacidade de removê-la não faça mais diferença, solucionando também a reclamação a duração mediana da bateria do modelo do ano passado. O fato de a bateria também ser recarregada rapidamente também faz diferença, já que 15 minutos de recarga permitem entre duas e três horas de uso.

O que a Samsung não resolveu foram algumas questões de design. O acabamento com vidro dá um visual mais refinado ao aparelho, mas ele é pouco prático. O vidro fica engordurado com facilidade, pega marca de dedos, deixa o aparelho escorregadio e é frágil, forçando o usuário a usar um case protetor, o que anula a vantagem estética do material. A única evolução de design em comparação ao ano anterior é a curvatura na traseira que permite um encaixe melhor do smartphone na mão, disfarçando o tamanho grande da tela, com 5,5 polegadas.

Apesar de alguns problemas, o Galaxy S7 Edge ainda é o melhor smartphone Android no Brasil com alguma folga, e o que mais impressiona nele é sua câmera. A contagem de megapixels do sensor traseiro diminuiu, mas todo o resto melhorou muito. A câmera é muito rápida, permitindo boas fotos mesmo com objetos em movimento, e o foco automático se adapta a objetos distantes e próximos quase instantaneamente. A estabilização óptica também é capaz de resolver corrigir tremores da mão na hora da fotografia e de gravar vídeos.

A câmera do S7 Edge impressiona no modo automático, mas ela realmente brilha quando o usuário explora as opções do modo manual. Por lá, é possível encontrar opções que permitem um ajuste muito delicado das fotografias, controlando detalhes de foco, balanço de branco, ajuste de tempo de exposição da fotografia, variando entre 10 segundos e 24 mil avos de segundo, o que é muito rápido. Infelizmente, neste modo ultrarrápido de captura, a câmera é praticamente incapaz de capturar a luz, tornando seu uso viável apenas em situações excepcionais de luminosidade.

A tela continua sendo um dos pontos mais fortes da Samsung. A empresa manteve a resolução de 2560 por 1440, que é uma quantidade mais do que o suficiente de pixels para um painel de 5,5 polegadas. O modelo apresenta excelente saturação, contraste, brilho e cores. O fato de ser um painel AMOLED também permite o recurso em que a tela está sempre ligada mostrando o horário, já que poucos pixels precisam ser acesos para mostrar a informação, economizando bateria.

Depois de algumas tentativas, a Samsung teve uma ideia para aproveitar melhor os cantos da tela dos modelos Edge. A empresa criou uma plataforma que permite que desenvolvedores criem funcionalidades para o espaço, que agora permite ver notícias e resultados de esportes. No entanto, as funções ainda são poucas, e a curvatura ainda é primordialmente estética. Ela também causa problemas de usabilidade, já que a palma da mão tende a encostar nos cantos da tela e causar toques indesejados no painel, mesmo com o software da Samsung trabalhando para tentar anular este tipo de toque acidental.

Em relação a desempenho, o Galaxy S7 Edge é o que há de mais de mais potente no Brasil. Há duas versões do S7, cada uma com um processador diferente. O modelo que a Samsung distribui no Brasil é o que usa um processador Exynos de oito núcleos de última geração, produzido pela própria empresa. O chip conta com dois conjuntos de quatro núcleos; um dos conjuntos é responsável pelas tarefas pesadas, que exigem maior desempenho, e o outro é dedicado às tarefas mais leves, otimizando o uso de bateria. Com 4 giga de memória RAM, não foi possível detectar nenhum lag, travamento ou queda de desempenho nem nas situações mais exigentes.

O software continua sendo um ponto fraco da Samsung. A interface TouchWiz evoluiu esteticamente nos últimos anos, mas ainda recomendamos o uso de um launcher mais limpo e eficiente como o Nova ou o Google Now Launcher. A empresa também reduziu bastante o número de aplicativos pouco úteis pré-instalados sem necessidade, mas ainda há mais do que deveria. A maioria deles não podem ser totalmente desinstalados, e no máximo podem ser desativados, incluindo WhatsApp, Facebook, Instagram e aplicativos do Office que deveriam poder ser removidos livremente.

Conclusão

O Galaxy S7 Edge é o melhor smartphone Android no mercado atualmente, combinando potência e desempenho e uma câmera que satisfaz o usuário comum em qualquer situação de luz, mas que realmente brilha pelas opções avançadas de ajuste, que serão mais bem utilizadas por quem tem experiência com fotografia. O aparelho não é perfeito, no entanto, já que seu design favorece estética no lugar de funcionalidade, incentivando o usuário a esconder a beleza do aparelho por trás de um case para proteger a traseira de vidro, que passa uma sensação de fragilidade. A Samsung também ainda peca em software, embora esteja melhorando.

O preço sugerido de 4 mil e 300 reais também é um ponto negativo, mas esta se tornou a faixa de preço médio para smartphones tops de linha no Brasil nos últimos dois anos e a Samsung não é a única culpada. Comparando com Androids na mesma faixa como o Xperia Z5 Premium, o Galaxy S7 Edge tem uma vantagem considerável em qualidade.

Fonte: Olhar Digital