As empresas têm uma pequena janela de tempo para fazerem testes e se tornarem familiarizadas com as estratégias e tecnologias para se prepararem para um mundo em que a inteligência artificial (IA) será prioridade. Essa foi a principal descoberta de um novo relatório da Avanade, fornecedora de soluções digitais e computação em nuvem.

O relatório, intitulado “Avanade Technology Vision 2017”, aponta as tendências para os próximos três anos e concluiu que estamos no limiar de uma nova década de disrupção digital, impulsionada pela IA e a automação. Segundo o estudo, essa era, em que IA será prioridade, trará inúmeras oportunidades e novas capacidades para as empresas, de forma similar ao que aconteceu na revolução dos computadores pessoais da década de 1990 — mas a transformação deve começar agora.

O documento destaca que essa nova era já está criando novas formas para as organizações interagirem, servirem e “empoderarem” seus clientes e funcionários. Por exemplo, ao utilizar IA em automação inteligente, Robotic Process Automation (RPA) e automação física, as empresas permitirão que suas equipes conquistem mais e mais rapidamente, com iniciativas inteligentes e resultados aprimorados.

Além disso, conforme cloud, big data e mobile continuam em seus processos de convergência, o relatório prevê que as interfaces baseadas em IA levarão a interações mais profundas e significativas, uma “centralização situacional”, feita sob medida não apenas para cada funcionário ou cliente, mas também única para a situação em que se encontram.

Outro tema central é a necessidade de as organizações agirem de forma responsável e adotarem uma ética digital, uma vez que cada ação digital pode ter consequências não intencionais. Fica claro que IA está alterando a forma como vivemos, trabalhamos e entendemos o mundo, e essa “digitalização de tudo” requer um novo parâmetro para responsabilidade corporativa.

“Não apenas IA está recriando a experiência digital dos consumidores, mas está prestes a se tornar o conjunto de tecnologias mais importante que você pode dar à sua força de trabalho”, afirma Chris Miller, chief technology innovation officer na Avanade. “Conforme atividades mais simples e repetitivas são automatizadas, veremos um acréscimo no tempo disponível para pessoas e em suas capacidades cognitivas, para se concentrarem em coisas de importância para elas mesmas e para as organizações para as quais trabalham.”

O Avanade Technology Vision 2017 identificou cinco medidas que as empresas podem tomar para sobreviver e crescer nessa nova era de IA:

1. Incorpore IA como uma nova camada para a experiência do usuário: Clientes não estarão apenas em aplicativos ou na internet. Eles esperarão assistentes equipados com IA e interfaces invisíveis, assim como experiências diferenciadas como voz, realidade mista e tátil.

2. Aprimore suas equipes: os ganhos obtidos por inovar a produtividade no local de trabalho alcançaram um platô, mas IA ajudará as organizações a alcançar novos níveis de eficiência e eficácia. Uma força de trabalho aprimorada por meio de IA também ajudará as empresas a reter uma nova geração de funcionários.

3. Se conecte à economia das plataformas: Empresas devem estar preparadas para criar e se unir às plataformas baseadas em IA em suas respectivas indústrias e outras, para que possam alcançar os consumidores em qualquer lugar.

4. Adote uma abordagem DesignOps em todos os lugares: Combinar design thinking e princípios da engenharia moderna será uma necessidade para a transformação digital de uma empresa para uma entidade centrada no usuário. Organizações devem começar imediatamente a construir uma cultura, mindset e modelo de negócios preparados para a revolução DesignOps — na qual todos estão focados no usuário.

5. Aja com responsabilidade e tenha um plano para consequências secundárias: A ascensão da IA está alterando fundamentalmente tudo sobre como vivemos, trabalhamos e compreendemos nosso mundo. Organizações devem desenvolver um framework de ética digital que aborde questões como segurança de dados, confiança e privacidade, e que dê orientações sobre como os dados devem ser obtidos e utilizados.

“No Brasil, em um momento onde as empresas buscam inovar sem aumentar seus orçamentos, a adoção de técnicas de Inteligência artificial e a automação estão acelerados, pois permitem reduzir investimentos em atividades repetitivas e assim liberam investimentos para inovações que realmente trazem valor. É uma nova revolução industrial, inclusive na área de serviços” comenta Marcelo Sergio, digital advisory and innovation lead da Avanade.

Fonte: ComputerWorld