Seminário sobre Regulamentação da Profissão de TI, promovido em São Paulo pelo SindPD, sindicato dos trabalhadores em TI, reuniu, além de acadêmicos e empregados no setor, que são favoráveis à ideia, representantes de entidades empresariais, contrários a ela.

Para o presidente do SindPD, Antonio Neto, a normatização cria um estatuo legal para a profissão e estabelece as competências e habilidades que o profissional de TI deve ter, o que poderia promover a valorização do trabalhador e o reconhecimento social e jurídico da categoria. Na opinião do sindicalista, a falta de regulamentação abre espaço para empresas predadoras, que oferecem condições precárias de trabalho na área. A regulamentação também viria colaborar para reverter o atual déficit de profissionais que o setor de TI enfrenta, estimulando jovens a ingressarem e a se manterem atualizados na carreira.

Já o diretor-executivo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), Sérgio Paulo Gallindo, posicionou-se contra a regulamentação da profissão por meio de uma lei específica ou conselho. Ele defendeu a autorregulamentação do setor, observando que os acordos e convenções coletivas existentes devem ser respeitados como uma forma de normatizar a atividade. O executivo acredita que as expectativas na área de TI envolvem autonomia, jornadas flexíveis, mobilidade e meritocracia. A regulamentação, na opinião dele, iria na contramão desse cenário.

Representando outra entidade empresarial da área, Manoel Antonio dos Santos, diretor jurídico da Associação Brasileira das Empresas de Softwares (Abes), apoiou a necessidade de ampliar o debate sobre a regulamentação em busca de um consenso entre empresários e trabalhadores. Convidada ao evento, a psicóloga e professora Denise Quaresma argumentou a favor da regulamentação como forma de aperfeiçoar as condições de trabalho que, segundo pesquisa citada por ela, têm produzido quadros frequentes de stress no setor.

O Seminário de Regulamentação da Profissão de TI foi transmitido ao vivo pela internet, registrando 105.113 visualizações nos dois dias de debates. Também foi acompanhado presencialmente por trabalhadores e dirigentes dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Bahia e Rio Grande do Norte.

Fonte: ComputerWorld