Essa é a classificação dada aos que nasceram entre 1980 e 2000, praticamente coincidindo com a Era da Internet.

Por conceituação, essas pessoas têm bastante energia, são capazes de fazer muitas coisas ao mesmo tempo, e o melhor de tudo, sem perder o foco.

Por outro lado, principalmente na área profissional, considera-se que são pessoas muito questionadoras e sem paciência para acompanhar as coisas e acontecimentos no tempo certo.

É fato que as empresas buscam pessoas que sejam atualizadas e ambiciosas, que desejem crescer profissionalmente e que buscarão galgar, com rapidez, os degraus para cargos mais altos. E é aí que mora o problema.

Essas mesmas pessoas que fazem parte da geração Y, ou grande parte delas, não estão dispostos a cumprir as ordens e as tarefas do dia a dia. Também não têm disposição para aguardar uns dois anos para ter uma oportunidade e serem promovidos. É uma geração imediatista.

Essa urgência toda vai de encontro com a conceituação de carreira e sucesso da geração anterior, que hoje ainda ocupa a maior parte dos principais cargos nas empresas. E se o RH contrata uma pessoa da geração Y que não consegue esperar o tempo certo para a ascensão e acaba saindo um ano depois, a culpa é do recrutador, que não conseguiu prever que o candidato não era “adequado” ao cargo.

Então o que acontece hoje? Por que há tanta instabilidade e insatisfação em relação ao trabalho? Por que os jovens acham que devem se formar ganhando um salário muito diferenciado no mercado, mesmo sem ter experiência alguma?

Essas questões são muito próprias do mundo corporativo, mas as respostas não estão somente nele. O que acontece é que hoje a velocidade dos meios de comunicação é totalmente contrária a qualquer trajetória de carreira. Essa juventude vive num mundo onde tudo acontece agora, inclusive parte do futuro, e uma das únicas coisas que não pode e provavelmente nunca poderá fazer parte do imediatismo é o crescimento e o sucesso dentro do mundo corporativo. É claro que existem exceções, mas são raras.

As perspectivas de um jovem da geração Y são quase iguais a de uma pessoa que nunca dirigiu um carro e quer sentar num Mustang V8 conversível, sair pelas ruas a 120 km/h fumando e falando ao celular: se não houver um controle externo que não permita que ele faça isso, a probabilidade de um acidente gravíssimo é muito alta. E é isso que acontece no mundo corporativo, onde os gestores têm o entendimento do risco de se colocar alguém com muito pouca experiência em posição de gestão. O risco de causar um problema sério dentro da empresa é gigantesco.

Então como solucionar esse problema? Como acabar com essa contradição? Existem duas palavrinhas chave para isso: conscientização e treinamento

Atenção: eu disse “E”, e não “OU”, pois a necessidade não poderá prescindir de nenhuma das situações.

A conscientização tem o intuito de mostrar claramente às pessoas que querem subir rápido demais que elas não estão aptas a fazê-lo. Fazer com que o profissional acompanhe o dia a dia e os problemas que surgem, mostrando que há muito mais em gerenciar uma área do que o simples conhecimento técnico.

O treinamento tem o objetivo de preparar essas pessoas para assumir responsabilidades, entender quais são as expectativas que a empresa tem sobre quem será líder, coordenador ou gerente e, tendo passado pela conscientização, treiná-las para visualizar as problemáticas corporativas e conseguir solucioná-las e dar respostas adequadas.

Portanto, apesar de estarmos num mundo onde as coisas acontecem numa velocidade gigantesca, as pessoas nascidas em meio a esse ritmo precisam compreender que a dinâmica do preparo de um líder não funciona na base de seu próprio desejo de sair da faculdade já liderando equipes. Muito além do conhecimento técnico, o jovem profissional precisa adquirir experiências que o levarão a compreender – e por que não, sentir na própria pele? -, quais os desafios e as necessidades das pessoas que, um dia, quem sabe, ele vai liderar.