Google, Facebook, Intel, Netflix, Microsoft, Apple e Twitter são algumas das empresas de TI e internet dos Estados Unidos que se uniram neste domingo, 5, a dezenas de outras empresas norte-americanas em uma ação judicial coletiva que tem por objetivo se opor à ordem executiva de Donald Trump para impedir a entrada de imigrantes de sete nações de maioria muçulmana nos EUA.

As empresas de tecnologia se juntaram à Amazon.com e Expedia que, mais cedo, já tinham ingressado com processos na Corte Distrital alegando que a ordem de Trump estava interrompendo seus negócios e afetando funcionários.

A nova ação judicial inclui 97 empresas ao todo, que argumentam que a abertura para a entrada de estrangeiros tem beneficiado as empresas e favorecido inovação, e que a medida do governo causa ruptura nos negócios. Elas entraram com pedido na Corte de Apelações do 9º Circuito para que sejam incluídas no processo na condição de “amicus curiae”, que significa amigos da corte. A Justiça permite o ingresso do amicus curiae quando existe repercussão geral de questão constitucional, possibilitando, inclusive, o debate sobre o mérito da matéria.

As empresas querem que seja mantida a ordem de um juiz do Estado de Washington, James L. Robart, que autorizou na sexta-feira, 3, o bloqueio temporário nacional à ordem de Trump, permitindo que centenas de imigrantes que estavam impedidos de voltar para suas casas conseguissem voltar no fim de semana.

“Imigrantes estão entre os líderes empreendedores, políticos, artistas e filantropistas”, diz o documento, que afirma que até hoje os EUA têm mantido seu compromisso de receber bem os imigrantes enquanto protege o país com checagens de segurança e outros controles.

A ordem executiva assinada por Donald Trump em 27 de janeiro suspendeu por 90 dias a entrada de imigrantes e não imigrantes do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. A ordem gerou fortes críticas dentro e fora dos Estados Unidos e atingiu em cheio a indústria de tecnologia que anualmente usa 65 mil vistos H-1B para contratar estrangeiros para suas operações.

O procurador-geral do Estado de Washington, Bob Ferguson, foi quem entrou com a moção pedindo à corte que invalidasse partes da ordem executiva de Trump por várias razões, incluindo o fato que ela discriminaria a emissão de vistos para imigrantes com base em raça, nacionalidade, local de nascimento ou local de residência. O juiz James L. Robart aceitou o pedido e bloqueou a ordem.

No domingo, a Casa Branca pediu moção emergencial para retomar o bloqueio mas foi negada, transferindo para esta segunda-feira a briga entre o Estado de Washington e a administração Trump.

Fonte: ComputerWorld