34 funcionários da Fukoku Mutual Life Insurance acabam de receber a notícia que serão demitidos para que a companhia coloque robôs em seu lugar. Esse é apenas o começo de uma longa tendência de substituição de trabalho humano para trabalho robótico que atingirá a terra nos próximos anos.

Esses robôs, um sistema de inteligência artificial que calcula o que necessita ser pago para pessoas, devem aumentar a produtividade da firma em 30% e devolver o investimento em 2 anos. Isso pois os funcionários custam cerca de 140 milhões de ienes por ano, enquanto o sistema deverá custar 200 milhões para instalar e 15 milhões para gerar manter por ano.

Em dois anos, a firma terá gasto 230 milhões, contra 280 milhões se mantivesse os funcionários. Em três anos, 245 milhões contra 420 milhões e assim vai. Sem dúvidas, a substituição do trabalho humano por robôs vale a pena financeiramente, mas cria um grande problema: o que será da vida das pessoas cujo trabalho está sendo trocado?

É para isso que bilionários como Elon Musk já proporam algo nas bases de um Bolsa Família universal, que permitirá as pessoas que perderam seus empregos a manterem uma vida digna. Esse assunto, polêmico por natureza, é tema de discussão do Conexão Vale do Silício, nosso programa quinzenal a respeito de tecnologia e inovação.

O Japão é um dos principais lugares do mundo que deverão contar com o trabalho robótico nos próximos anos. Além de ser um dos pioneiros na tecnologia, o país tem uma população cada vez menor e mais velha. A Nomura Research acredita que metade dos trabalhos no Japão, até 2035, serão performados por robôs.

O sistema

O sistema é baseado no Watson Explorer, da IBM, que tem a “tecnologia cognitiva para pensar igual um humano, analisar e interpretar todas as informações, incluindo texto não-estruturado, imagens, áudio e vídeo”. Ele vai ser usado para calcular pagamentos, analisando dezenas de milhares de informações para fazer esse tipo de cálculo mais rápido possível.

A Fukoku teve de desembolsar 132 mil pagamentos e esse robô poderá reduzir o tempo de cálculo drasticamente. Contudo, as quantias não serão pagas até serem aprovadas por um funcionário da companhia.

A Dai-Ichi, outra seguradora japonesa, já havia introduzido o Watson em sua rotina, embora não tenha demitido ninguém por conta disso. E a seguradora do Correios japonês já está interessada em fazer o mesmo.

Japão, um país controlado por robôs

A Inteligência Artificial está pegando de vez no Japão. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria deverá introduzir tecnologia para ajudar os funcionários a montarem respostas complexas para os ministros em reuniões e sessões parlamentares.

Por exemplo: se há uma pergunta sobre economia de energia, a inteligência artificial poderá listar todas as informações pertinentes e os principais pontos do debate, baseada nas respostas anteriores. E se isso for um sucesso, deverá ser adotado por outras agências governamentais – até o ponto em que inteligências artificiais comandarão o próprio país.

Fonte: StarSe