O mercado brasileiro de data centers deve movimentar US$ 11 bilhões em 2017, impulsionado por investimentos em novos equipamentos e soluções, migração para plataformas como o colocation e terceirização. Os dados são de um estudo da DatacenterDynamics, a partir de pesquisa junto aos participantes do DatacenterDynamics Converged (DCD Converged Brasil), evento que reúne especialistas nesse segmento. Na edição deste ano, um dos temas em debate serão os limites da capacidade física global dos data center, frente às demandas da transformação digital.

De acordo com a pesquisa, o país concentra 45% de todos os centros de armazenamento de dados existentes na América Latina. E o consumo de energia nessas unidades deve atingir um total de 1.490 megawatts. Outras informações coletadas indicam que 70% dos participantes do DCD Converged são proprietários ou operadores de data center; 40% das empresas estão trabalhando em projetos de transformação de datacenter; 41% das empresas participam do evento para estudar novos fornecedores; 73% das empresas têm até 25% do seu datacenter terceirizado; 13% trabalham na construção de novos datacenters; 22% das empresas trabalham em projetos de Cloud Híbrida; 18% dos participantes desejam adquirir novas soluções e serviços.

A edição deste ano do DCD Converged Brasil está marcada para os dias 8 e 9 de novembro, no Centro de Eventos Promagno, em São Paulo (SP). Deve reunir 90 especialistas, que serão responsáveis por mais de 50 conferências sobre o momento atual e perspectivas para o setor de data centers no Brasil.

No limite

Um dos especialistas que estarão no DCD Converged Brasil é o professor Jon Summers, do Instituto de Fluídos Térmicos da Universidade de Leeds, na Inglaterra, que tem dedicado grande parte de seu trabalho a responder à questão da demanda digital em relação aos limites físicos dos data centers.

Thiago Franco, gerente de Negócios da DatacenterDynamics para Brasil e Portugal, observa que muitos estudiosos têm tentado descobrir se a demanda digital romperá com os limites físicos dos datacenters a curto prazo. “IoT, Big Data e Cloud são, simultaneamente, o resultado e o motor da transformação digital que vemos hoje em dia e, até o presente momento, a comunidade de profissionais só tem uma certeza: a de que todas estas tendências convergem para a necessidade óbvia de mais capacidade de processamento de dados”

De acordo com cálculos da DatacenterDynamics, para poder processar todos os dados gerados até 2040, fazendo uso da infraestrutura atual, será necessário consumir toda a energia gerada no mundo. No caso do Brasil, a questão ganha uma dimensão maior se levarmos em consideração a polêmica relação entre os datacenters nacionais e o ecossistema de energia elétrica do país.

“Diante deste desafio, uma coisa parece ser muito clara: hoje, mais do que nunca, os líderes de TI e de Infraestrutura tecnológica são claramente convocados para participar ativamente do debate global sobre o datacenter do futuro”, alerta Franco.

“Para Summers, o debate em torno da ampliação da capacidade de armazenamento dos data centers passa por questões como o crescente volume de processamento de dados e o consumo de energia. Todos os desenvolvimentos futuros em data centers, de acordo com o especialista, vão estar relacionados ao consumo de calor e de energia.”

Por isso, Franco ressalta que o pesquisador aponta como absolutamente fundamental ter um conhecimento adequado de todas as tendências que surgem como respostas para esta questão. “Isso se traduz em uma grande vantagem estratégica para os líderes dos datacenters brasileiros, já que eles serão capazes de prever quais são suas necessidades de infraestrutura tecnológica em curto prazo.”

Fonte: ComputerWorld