Quando o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) escolheu a Cisco como apoiadora e fornecedora oficial dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, para que  garantisse os serviços de redes e servidores corporativos, assim como toda a infraestrutura de equipamentos de rede, incluindo equipamentos de banda larga fixa e sem fio, roteadores IP, os equipamentos necessários para segurança da informação e sistemas de gestão de rede, sabia que estava escolhendo uma empresa que oferecia garantias e superior qualificação para abraçar este enorme desafio. No entanto, a empresa americana encheu-se de orgulho e levou o espírito olímpico a sério, tendo sido mais que um mero fornecedor de equipamentos e serviços. A Cisco trabalhou para esta empreitada como se fosse uma equipe olímpica e ganhou a medalha de ouro pelo espírito, pelas apostas e, principalmente, pela humanização da tecnologia. Um projeto de porte complexo cheio de coisas simples.

O fator humano

São poucas a empresas que têm a capacidade de se envolver em tão grande tarefa sem se deslumbrar. Sim, é verdade, nomeadamente porque por outra razão há sempre uma natural vaidade que faz parte do ser humano, e sem vaidade não há brio. Por isso é importante saber lidar com isso de forma equilibrada e com humildade, ultrapassar a linha para o deslumbre desmedido é fácil e estamos cheios de exemplos disso no mercado. Mas os executivos da Cisco souberam muito bem dominar os seus naturais ímpetos e mostrar que se pode gerir uma equipe passando energia positiva, orgulho, dedicação e brio, sem vaidade desmedida ou deslumbre. É muito antigo, e até vulgar dizer-se que as empresas são feitas de pessoas e que sem elas não funcionam. No entanto, nas TI’s nem sempre se destacam as pessoas, a não ser os heróis de topo dos quais queremos seguir o exemplo e um dia sermos gestores de referência como eles.

Deixem que vos diga que depois de ter conhecido a Cisco Brasil e a sua cultura, o que eu queria mesmo era ter uma empresa com executivos como, Nina Lualdi (na foto) e Rodrigo Uchoa,  a gestora para inovação na América Latina e o responsável pela área de novos negócios da Cisco que têm um sorriso que só tinha visto no tenista Guga Kuerten e é assim uma coisa contagiante que transmite confiança, segurança, alegria e vontade se estar ali.  É tão bom ver tudo isto assim de perto. Em algum momento até pensamos que estamos perante uma operação de marketing e relações públicas, mas de imediato esse pensamento se tornar perturbador para quem o teve, visto que é impossível. Ninguém vive 24/7 em plena representação, quanto mais não seja por que o cansaço em determinado momento nos traí, e eu vi estes dois executivos exaustos de dias seguidos de trabalho de alta performance com o mesmo sorriso com que Bolt terminou os 200 metros rasos.

A Tecnologia Cisco na Rio 2016

A Cisco forneceu para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos equipamentos de rede e servidores, 100 mil portas de rede LAN, 150 equipamentos firewall e NGIPS (Next Generation IPS), 7 mil Access Points Wi-Fi e 500 servidores Cisco UCS, contabilizando mais de 12 mil dispositivos de rede e 50 toneladas de equipamentos para construção segura e confiável de uma plataforma de rede e computação.

Esta rede conecta milhares de pessoas, a família Olímpica, patrocinadores, colaboradores da Rio 2016, voluntários, atletas e profissionais de mídia.

Forneceu, ainda, todos os equipamentos e serviços profissionais de engenharia para o desenho e implementação dos dois data centers do Rio 2016, um em São Paulo e o segundo na cidade do Rio de Janeiro, que abrigam as aplicações, dados e serviços de TI. Também foram fornecidos os equipamentos de rede e servidores para a montagem da infraestrutura que suportou a captação e difusão dos resultados das competições nas instalações esportivas. Todo o que vimos nos 19 dias de Jogos Olímpicos e que iremos ver nos 11 dias de Paralímpicos, ao vivo ou pela televisão, é suportado por uma infraestrutura robusta que ninguém vê e nem imagina; e que como disse Rodrigo Uchoa: “bom que assim seja, significa que correu tudo bem.”

Estamos perante um evento que comporta 5 mil horas de transmissão ao vivo, 4,8 bilhões de espectadores globais, e infraestrutura para 38 instalações oficiais em quatro núcleos – Barra, Deodoro, Maracanã e Copacabana, resultado dos R$ 36,7 bilhões em investimentos feitos em conjunto com o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, entidades oficiais e patrocinadores e parceiros.

Para lá dos jogos

O compromisso da Cisco com o Rio de Janeiro foi muito além das Olimpíadas e aqui a emoção toca a todos porque mais que fazer, a Cisco quis fazer bem feito, e envolveu-se com alma e coração.

Rodrigo Uchoa (na foto) ressaltou com ênfase que sempre que nos encontramos durante o período pré-olimpíada, um dos maiores desafios apresentados a qualquer cidade que se propõe a sediar eventos desse nível é o capital humano qualificado.

A Cisco construiu uma parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Cidade do Rio de Janeiro e com o Comitê Olímpico com a finalidade de trazer capacitação aos jovens das comunidades da cidade e a conectar pessoas – lema adotado pela empresa para traduzir esta ação.

O resultado desta parceria foi o Programa de Sustentabilidade Abraça Capacitação da Rio 2016 e teve como principal medida incentivar empreendedorismo social, capacitação profissional e geração de trabalho e renda no Rio de Janeiro.

Naves do Conhecimento

Tendo como base a já mundialmente conhecida “Networking Academy da Cisco”, a empresa criou em conjunto com a Secretaria de Ciência e Tecnologia da Cidade do Rio de Janeiro condições especiais nas Naves do Conhecimento: locais que dispõem de espaços que promovem convivência em sociedade, que formam cidadãos e que valorizem a cultura local.

Foram então criadas condições especiais nas Naves que hoje são espaços multiuso, equipados com telas interativas, nas quais os jovens podem realizar pesquisas em um banco de informações na nuvem, computadores de uso livre, assim como equipamentos de telepresença que possibilitam o aprendizado à distância. É também possível a apresentação de palestras por parte dos instrutores do programa da “Networking Academy”. A meta é dobrar o número de jovens atendidos que, à data do inicio dos Jogos Olímpicos, eram 25 mil.

As Naves do Conhecimento tornam-se assim o maior laboratório da Cisco no Brasil, com um contrato de manutenção dos equipamentos de três anos. Após estes três anos serão avaliados os resultados do projeto e a consequente renovação do contrato.

Esta é uma oportunidade que a Cisco dá ao poder político de demonstrar que é capaz manter projetos transversais à sociedade, é um legado gigante que a Cisco deixa ao Rio de Janeiro, principalmente tendo como foco o futuro da cidade maravilhosa. Até porque neste tempo a Cisco deu emprego, nas Naves do Conhecimento, a 200 jovens certificados para dar suporte nas Olimpíadas.

Inovação Urbana

Segundo especialistas de arquitetura e urbanismo, o Porto Maravilha é um dos maiores e mais impressionantes planos de requalificação e revitalização urbana do mundo. A transformação da antiga área portuária do Rio Janeiro numa nova área comercial e de lazer irá afetar positivamente toda a dinâmica da cidade, alterando definitivamente sua região central.

A Cisco instalou na região do Porto Maravilha sete estações de sensoriamento ambiental, com 11 tipos de sensores que informarão ao Centro de Operações do Rio, em tempo real, dados ambientais colhidos na região. A Prefeitura do Rio de Janeiro fica assim com acesso a informações mais precisas e poderá intervir preventivamente de forma mais assertiva e eficaz. Estes sensores são alimentados por energia solar, tornando este projeto eco sustentável.

Mas a Cisco foi mais longe e encontrou ainda mais formas de auxiliar na gestão da cidade, criando em parceria com o Centro de Operações do Rio, uma Unidade Móvel COR (UM-COR). Essa unidade móvel é uma solução multifacetada que reúne um conjunto tecnologias inovadoras permitindo ao COR ter capacidade de intervir com total mobilidade.

Com um propósito de contribuir para a criação de uma cidade digitalizada, a Cisco entende que não é suficiente apenas oferecer soluções tecnológicas. É preciso criar condições que aproveitem as tecnologias disponíveis a cada momento para criar um ambiente de inovação e colaboração que possibilite ao cidadão deixar de ser um agente consumidor e se tornar um agente transformador. É com este fundamento que a Cisco desenvolveu uma estreita parceria com uma das peças mais importantes da renovação do Porto Maravilha, o Museu do Amanhã. Criando assim o programa “DataSensing: Experiências em Internet das Coisas (IoT)”.  Este programa permite que artistas digitais, desenvolvedores de aplicativos, engenheiros, estudantes, pesquisadores e outros profissionais tenham acesso à plataforma conectada da Cisco no Porto Maravilha e aos dados coletados em tempo real. Será possível para qualquer pessoa criar novas soluções para a cidade e a experimentação de soluções que transformem a vida dos cidadãos em ambientes urbanos.

Soluções Inteligentes

O Porto Maravilha conta com serviços inteligentes criados pelas startups vencedoras do Desafio Cisco de Inovação Urbana, a partir do programa de aceleração desenvolvido durante cinco meses. Estas soluções tornam esta região da cidade numa vitrine operacional de eficácia para as cidades digitais. Aqui fica demonstrado que é possível ganhar eficácia e performance quando se digitaliza uma cidade. Ficam aqui as soluções criadas para esta região da cidade que achamos de maior relevância:

Wi-Fi Porto: a oferta de conexão Wi-Fi gratuita para o público cobre atualmente uma área de aproximadamente 100 mil metros quadrados, incluindo a Praça Mauá (através de hotspots) e a Orla Conde, entre os armazéns 1 e 8. Assim que se conecta, o usuário é direcionado a uma área de login. Por trás da solução, a Cisco conta com um datacenter que viabiliza a ampliação da rede conforme as necessidades da região. No centro do projeto está a plataforma Cisco Mobility Services Engine (MSE) e a tecnologia Cisco Connected Mobile Experiences (CMX), ferramenta de análise baseada em localização. É possível coletar informações do fluxo e da concentração de pessoas, além de dados demográficos para planejamento estratégico da cidade. Assim como as será possível otimizar as redes de acordo com o tráfego, fornecer conteúdo personalizado e até mesmo ajustar posição e horários de agentes públicos para atendimento à população.

Rio City Info: são postos avançados que conectam os visitantes da cidade com a central especializada de atendimento da RIOTUR. Através da solução Cisco Remote Expert, eles podem interagir e trocar informações com agentes da RIOTUR, reproduzindo a experiência de um atendimento presencial. Os postos possibilitam comunicação por voz, vídeo e dados, e também contam com câmera para documentos, tablet e impressora controlados pelo agente, enriquecendo a troca de informação. A solução Cisco permite selecionar o idioma no qual o turista gostaria de ser atendido (português, inglês ou espanhol), redirecionando-o para o agente adequado da central de atendimento.

App Guia Inteligente: gera roteiros turísticos customizados para os visitantes do Porto Maravilha a partir de um questionário inicial que o usuário responde sobre seus interesses e horários preferidos para passeios. A solução oferece opções de roteiro com base nos dados coletados pela plataforma da Cisco, Inovar a cidade.

Netsensors: é um sistema integrado de monitoramento e gerenciamento de lixo sólido em bueiros. A região já tem 28 bueiros equipados com sensores volumétricos conectados ao sistema de monitoramento do Centro de Comando e Controle do Porto Maravilha, com o objetivo de evitar enchentes causadas por entupimento de bueiros. Coletores removíveis estão instalados em locais estratégicos para evitar enchentes e otimizar a manutenção do sistema.Projeto desenvolvido no programa de aceleração de startup por : Carlos Chiaradia, Vitor Paulo Ruas Xavier e Alas Jackson, de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Livrit: o aplicativo mapeia rotas acessíveis e indica os melhores caminhos para pessoas com dificuldade de locomoção. A solução conta ainda com uma área onde usuários podem sugerir rotas e adicionar informações de acessibilidade.Projeto desenvolvido no programa de aceleração de startup por: Francisco Viniegra, do Rio de Janeiro.

Áudio Alerta: é um sistema de áudio/vídeo vigilância que atua na detecção de sons incomuns e no envio de alertas para o Centro de Comando e Controle do Porto Maravilha, com o objetivo de aumentar a segurança na região.Projeto desenvolvido no programa de aceleração de startup por:  Silvio Aragão de Melo Júnior e Ivo Frazão Nascimento, de Recife, Pernambuco.

Nearbee: é uma plataforma de interação geosocial que permite que pessoas próximas, mesmo que não se conheçam, possam se ajudar e interagir. Em situações de emergência, ela também conecta a população com as autoridades.Projeto desenvolvido no programa de aceleração de startup por:  Felipe Fontes, Marcelo Marabita e Renan Basso, de Campinas, São Paulo.

Fonte: BIT Magazine