Recentemente, a ITWorld publicou em seu site uma matéria um tanto quanto controversa. Seu título já dizia muita coisa: Are hiring pratices to blame for talent shortage? (As práticas de contratação são culpadas pela escassez de talentos?)

O tema central do conteúdo trouxe a informação de que um programador que fora recentemente contratado pela gigantesca Microsoft com apenas duas ligações realizadas, se perguntava o por quê de tantos outros não terem sequer se preocupado em entrevistá-lo.

O próprio programador, Randall W. Brown, postou a seguinte frase: “Estou generalizando, mas acho que se estou qualificado para trabalhar na Microsoft, provavelmente sou qualificado para trabalhar em qualquer lugar”.

E aí falam sobre a culpabilidade dos sites de RH e de seus profissionais.

A questão aqui é muito mais profunda do que aparenta ser. O fato de este profissional ser contratado pela multinacional não quer dizer, de fato, que ele esteja apto a trabalhar, por exemplo, dentro de uma microempresa.

A questão levada aqui quase excluiu o perfil emocional e comportamental, atentando-se ao fato de que ele simplesmente seria um “excelente programador” com o perfil sonhado por qualquer empresa.

Um dos entrevistadores foi bem claro quando disse que, para ele, há grande importância na habilidade de comunicação e pensamento e também a ação em forma colaborativa diante de um problema.

Outro disse que achava que o processo de entrevista é apenas um alimento para o ego dos profissionais de RH.

Será?

O mundo seria mais viável sem os experientes recrutadores e selecionadores, assim como os especialistas em processos de Hunting?

Os incontáveis estudos sobre processos de recrutamento, sendo o mais difundido o que funciona pelas análises das competências, e todos os profissionais que trabalham na área podem simplesmente serem jogados no lixo?

Por que será que este profissional contratado pela Microsoft não foi chamado para outras entrevistas, como, por exemplo, a Google, que em 2011 já estava com 26.316 empregados e que em 2010 já valia mais de US$ 140 bilhões? Ou então, por que este profissional não foi selecionado pela pequena fábrica de software de seu bairro?

A resposta é bem simples e direta: porque não tem o perfil das empresas que estavam procurando profissionais desenvolvedores, dentre muitas outras possibilidades (o CV não chegou à pessoa certa ou não havia posições para o perfil, para citar algumas).

Não existe mágica nem ilusionismo nas descrições de perfis, na busca por candidatos e em suas contratações.

Cada empresa é única, e tem um perfil único, com necessidades únicas.

Imagine só a seguinte situação: você é um escritor, que trabalha especificamente e somente com editor de texto e está procurando um notebook novo que atenda a essa necessidade. Você entra em uma loja e explica ao vendedor o que precisa, ele ouve e lhe oferece um notebook fantástico para jogos, com conexão wireless, 3G e 4G embutidos, com tela giratória, touch screen, excelente também para trabalhar com imagens de alta definição, além de ter o som com subwoofer embutido. Você compraria? Creio que somente o faria se o seu foco mudasse nos últimos 5 segundos. Este note vai atender, sim, a sua necessidade, mas será subutilizado, e o seu suado dinheiro, dispendido em futilidade. E vice-versa.

Da mesma forma, funciona com contratações de profissionais. Nenhum profissional é, na sua essência, ruim. O fator que principia a escassez de talentos é que as empresas buscam perfis cada vez mais específicos e o mercado de profissionais não está acompanhando o ritmo e, por outro lado, os que são adequados ao perfil sabem o quanto valem e pedem remunerações altíssimas.

Os Recursos Humanos e seus subsistemas fazem parte do sistema nervoso central e, muito mais do que isso, é estratégico para qualquer empresa.

Se não há profissionais deste setor para recrutar talentos, convém que contratem consultorias. O resultado é fantástico.

Se você não sabe como funciona uma consultoria, venha nos conhecer: portal-talenti.curriculum.com.br