Estamos em uma era de grandes mudanças sociais e tecnológicas, parte delas relacionadas às novas tecnologias, como a computação cognitiva, Internet das Coisas (IoT) e robótica. A potencial transformação que enfrentamos é tão importante que estamos falando de uma quarta revolução industrial.

Essas tecnologias, habilitadas por recursos na nuvem, estão modificando a forma como vivemos, trabalhamos, produzimos e consumimos — o que é perturbador para nossos atuais de negócios e até mesmo de inovação.

Bilhões de sensores melhoram nossa relação com o mundo físico atual. Estamos fornecendo aos objetos capacidade de “ver” e “ouvir”, para que possam interagir melhor com os usuários. Como resultado, nossa relação com a cidade, edifícios, carros, dispositivos e aplicações está mudando.

Com isso, surge um novo desafio e novas responsabilidades. Nos próximos anos, a IoT irá se converter na maior fonte de dados do mundo. E assim que a computação cognitiva nos oferece uma ferramenta de suma importância para enfrentar os obstáculos. A tecnologia de machine learning e outras técnicas utilizadas para entender melhor os dados e convertê-los em informação valiosa ajudam a automatizar algumas tarefas e processos. Por exemplo, habilitar os fabricantes a desenharem melhores produtos, inovar em serviços e permitir que as pessoas possam tomar melhores decisões.

É animador ver o que podemos avançar em tantas áreas de nossas vidas, incluindo nossos lares. Quantos dispositivos você tem em casa, contando eletrodomésticos e aparelhos? Imagine-os cheios de sensores, que possam oferecer dados chaves e precisos, e que você pode utilizá-los.

Obter informações da geladeira, lavadora ou televisão é o próximo passo para a evolução no comércio. Esta etapa envolve, por exemplo, contar com serviços diferentes de pagamentos alternativos ao nível de aplicações e é como o mercado está se movendo. Compras digitais não serão mais realizadas pelo celular ou internet, mas pelo aparelho em sua casa, seu carro, ou uma wearable que esteja usando. Qualquer coisa conectada que esteja aprendendo a interagir com você, pode tornar a vida mais simples.

O objetivo final é construir esses serviços e aproveitar ao máximo a Internet das Coisas. Essa é a responsabilidade que vem com as grandes oportunidades. Um exemplo é a Visa, que processa mais de 60% dos pagamentos no mundo, que se uniu com a IBM para que os vendedores possuam ferramentas que permitam fornecer aos seus clientes melhores serviços de pagamentos a partir das “coisas”, de maneira segura e confiável.

Com esses serviços, torna-se mais real a ideia de pagar a gasolina pelo próprio carro sem a participação de terceiros, trocar peças da micro-ondas apresentem defeito antes que elas parem de funcionar e ainda comprar o que está em falta na sua geladeira sem precisar ir ao supermercado ou pegar seu smartphone.

O futuro está ao nosso alcance. As tecnologias cognitivas e inteligentes que conectam as coisas existem. Aproveitar a Internet das Coisas só depende de nós, e já é uma oportunidade.

Companhias reconhecidas já estão dando passos significativos, como a Bosh, fabricante de eletrodomésticos que poderá atualizar a distância os produtos de nossos lares. A Ricoh já faz do sonho uma realidade com um quadro interativo para reuniões corporativas. Local Motors possui o Olli, o primeiro automóvel autônomo conduzido pelo Watson e que funciona como transporte público. Assim, temos muitas histórias emocionantes para contar, que são realidade.

Visionários desta nova era cognitiva, desde empreendedores e incubadoras até gerentes de produtos, tem ao seu alcance as tecnologias para desenvolver esses novos serviços e mudar, um passo de cada vez, a maneira como nos relacionamos com as coisas.

*Guilherme Araújo é executivo de IBM Watson no Brasil.

Fonte: ComputerWorld