A Comissão Europeia, órgão antitruste da União Europeia, aplicou multa recorde de 2,71 bilhões de euros ao Google em decisão divulgada na manhã desta terça-feira, 27. A empresa havia sido acusada burlar a concorrência ao distorcer resultados de buscas na internet em favor de seu serviço de comparação de preços para compras online Google Shopping.

O órgão concluiu que o Google abusa de sua posição dominante no mercado de buscas para favorecer o seu serviço de comparação de preços nos resultados de buscas.

Em julho do ano passado, a comissária da competição da UE, Margrethe Vestager, já havia deixado claro que, se as “investigações confirmarem nossas preocupações”, o Google terá de enfrentar consequências legais. Na época, a Comissão Europeia solicitou às empresas rivais que permitissem a divulgação de informações confidenciais que apresentaram à UE, como a perda de tráfego causada pelo comportamento do Google, para reforçar as acusações do órgão regulador.

Para tentar encerrar as investigações, o gigante das buscas chegou a apresentar à Comissão Europeia uma proposta de concessões que daria aos seus rivais. O Google afirmava que continuaria a exibir os resultados no buscador conforme sua avaliação de relevância, mas que os links entre eles, que direcionariam o usuário a utilizar os serviços especializados da própria companhia, seriam apresentados em local separado da pesquisa. A companhia reforçava que deixará os usuários claramente conscientes de que está promovendo links para seus próprios sites, usando rotulagem especial. Mas a proposta não convenceu os concorrentes nem o órgão antitruste.

Em uma postagem em seu blog oficial nesta terça-feira, o Google afirmou que não concorda com a decisão e que está avaliando se entrará com um recurso. “Acreditamos que a decisão da União Europeia sobre nossa ferramenta de compras online subestima o valor dessas conexões fáceis e rápidas”, disse Kent Walker, vice-presidente sênior e conselheiro do Google, no blog oficial.

Além de pagar a multa, o Google recebeu um prazo de 90 dias para mudar suas práticas na região, o que deve impôr à empresa uma mudança em seu algoritmo de busca. Caso a empresa não modifique suas práticas no prazo, novas multas podem ser anunciadas pela União Europeia.

Fonte: ComputerWorld