A Tesla anunciou planos de expandir seu contrato com a Panasonic para incluir a produção de células fotovoltaicas e painéis solares da parceira japonesa em sua fábrica em Buffalo, NY, que deve ser inaugurada no ano que vem. A montadora informou que usará a tecnologia fotovoltaica da Panasonic para construir sistemas de energia solar que serão combinados com suas baterias residenciais, no caso a Powerwall e Powerpack.

A parceria expandida acontece após a Tesla anunciar a aquisição da Solar City, em um movimento que visa liderar o mercado consumidor de painéis solares. A empresa disse que pretende “oferecer um termo de compromisso de longo prazo” para a produção das células da Panasonic.

“Estamos animados em ampliar nossa parceria com a Panasonic à medida que nos movemos em direção a uma fusão da Tesla e da SolarCity”, disse o co-fundador da Tesla e CTO, JB Straubel em comunicado. A Panasonic, por meio de sua divisão Eco Solutions, tem competido com a SolarCity para a conquista da melhor taxa de eficiência em células solares. Em média, as células solares têm de 15% a 16% de taxa de eficiência, uma referência à quantidade de energia produzida, em comparação ao total de luz que chega na superfície da célula solar.

O aprofundamento dos laços entre Tesla e Panasonic poderia ajudar a montadora norte-americana a acelerar seus projetos na área de sistemas de energia solar para casas inteligentes e carros elétricos. As duas empresas informaram que a Panasonic vai usar o que teria sido uma fábrica da SolarCity, em RiverBend, Nova York, para fabricar até 10 mil painéis solares por dia. Com parte do acordo, a Tesla vai adquirir os painéis para uso residencial. A operação, contudo, depende da conclusão da aquisição da SolarCity. O anúncio amplia a colaboração entre as empresas, que começou com a fábrica da Panasonic em Nevada, uma enorme unidade industrial de baterias de lítio para os carros elétricos da Tesla.

As empresas compartilham de uma perspectiva estratégica, na qual a energia dos painéis solares seria armazenada nas baterias, em cada residência, em vez de ser vendida para a empresa de energia. Combinadas com a tecnologia de casa inteligente, as baterias poderiam praticamente eliminar a dependência da rede pública para recarregar os carros elétricos da Tesla, operação que poderia ser feita durante a noite. Mas a adoção das baterias continua a enfrentar a barreira do seu alto custo.

O CEO Tesla, Elon Musk, já pôs um pé nesse mercado, com a produção piloto da Tesla Powerwall, uma bateria de 6.4 kWh, projetada para armazenamento diário. E a Panasonic também testou a possibilidade, ao construir uma casa futurista em Tóquio, em 2009, e ao inaugurar recentemente uma “cidade inteligente” nas proximidades da capital japonesa, que vai abrigar cerca de 3 mil pessoas em residências capazes de reduzir drasticamente as emissões de CO2, utilizando mais energia renovável.

As unidades da Tesla não estarão amplamente disponíveis, contudo, até que sejam construídas linhas de produção em escala na na fábrica de Nevada da Panasonic, dando às duas empresas a chance de considerar uma cooperação mais estreita no projeto da casa inteligente.

As casas da Panasonic no Japão estão cheias de equipamentos que economizam energia, tais como aparelhos de ar condicionado e de iluminação, que se ajustam automaticamente de acordo com a presença das pessoas. A empresa mantém no país uma divisão de eletrodomésticos, com produtos variados como torradeiras, tapetes aquecidos, unidades de compostagem de lixo e aspiradores de pó. E uma empresa afiliada, a PanaHome, fabrica casas inteiras, já tendo vendido meio milhão de casas no Japão nos últimos 50 anos, com operações também em Taiwan, Malásia e Indonésia. As casas Panasonic possuem portas de carregamento para carros elétricos, o que reforça o potencial de colaboração futura com a Tesla.

Fonte: ComputerWorld