Maurício Ruiz é o novo diretor gerar da Intel no Brasil. O executivo sucede David González no comando das operações da empresa no país com o desafio de montar, com rapidez, um ecossistema consistente para atender às demandas de soluções de Internet das Coisas. “Junto com cloud e 5G, faz parte da nova visão estratégica da companhia”, comenta o executivo em entrevista à CIO.

Atuando em cargos executivos da companhia desde 2003, González comandou transições tecnológicas fundamentais na operação da Intel no Brasil, tanto nos segmentos de consumo quanto no corporativo, além de ter trabalhado no fomento do ecossistema com foco em inovação.

Nos 17 anos de empresa, atuou como Chief of Staff de Sean Maloney, vice-presidente global de vendas e marketing da, gerenciou grupos de contas corporativas, ocupou posições estratégicas nas áreas de canais, direcionados especificamente para os mercados do Brasil e México, atuou diretamente na área de marketing para a América Latina, e liderou equipes globais de vendas e Marketing, na Califórnia. Agora, assume a liderança da empresa em um momento de reposicionamento mundial da companhia.

Maurício sabe que, embora com grande potencial, um dos entraves para a rápida adoção de Internet das Coisas no país ainda é o preço do sensor e de algumas plataformas.

“É uma questão de volume. Com volume, o preço vai cair. Mas sabemos que é preciso trabalhar mais próximos dos fabricantes, dos integradores e até dos grandes usuários também, no sentido de acelerar a criação desse ecossistema”, comenta o executivo, lembrando que a variação do dólar acabou piorando um pouco a percepção dos brasileiros em relação ao custo das soluções de IoT. “Por isso, a missão número um é ter mais fabricantes locais trabalhando com produtos Intel. Com muitos deles estamos iniciando parcerias. Outros, já conhecíamos”, afirma.

Outras áreas nas quais a empresa deverá intensificar o trabalho são soluções para o mundo definido por software. “Vemos IoT e cloud como evolução de negócios nos quais a Intel já trabalhava. Nossos servidores já estão lá nos data centers. A área de processamento está coberta. Agora o trabalho é com soluções de orquestração, SDN e armazenamento definido por software”, diz.

Já no segmento de PCs, os 2 em 1 continuarão a ser o carro-chefe da companhia para o mercado corporativo e o de consumo. “Esse ano, no quarto trimestre, teremos o lançamentos de máquinas com preços de entrada. Antes estávamos trabalhando só com máquinas high end, topo de linha. Mas este ano conseguimos montar um portfólio com várias faixas de preço”, comenta.

Segundo Ruiz, as vendas de PCs caíram em torno de 20% esta ano. “Já era o esperado. Acreditamos que com a retomada da economia, o consumidor volte a comprar, porque o interesse de comprar existe. A prioridade é que é outra. O consumidor está pensando em pagar dívidas”, pondera. O maior volume de vendas continua a ser o de máquinas de reposição, não o de compra do primeiro computador.”Nossa percepção é a de que a confiança do consumidor começa a apresentar sinais de melhora”, diz. ” As empresas locais seguem demandando tecnologia, os consumidores locais têm um apetite já comprovado por inovação e disrupção, então precisamos estar preparados”.