Até 2020, nada menos que 21 bilhões de dispositivos de Internet das Coisas estarão em uso no mundo. Desses, aproximadamente 6% serão utilizados em aplicações industriais. Segundo o Gartner, os departamentos de TI enfrentarão dificuldade para identificar esses dispositivos e caracterizá-los como parte da política atual de acesso à rede.
“Os líderes de Infraestrutura e Operações (I&O) devem, portanto, atualizar suas regras para uso da rede para enfrentar com precisão os ataques a dispositivos IoT”, aconselha a consultoria.
A ideia é que, com a adoção da estratégia de “traga seu próprio dispositivo” (Byod, na sigla em inglês), as organizações devem colocar os aparelhos dos funcionários na rede empresarial e começar a tratar dos 21 bilhões de equipamentos inteligentes que solicitarão acesso a esse sistema.
“É mais difícil gerenciar e garantir a capacidade de identificar, proteger e isolar todos os dispositivos IoT – e, em particular, os dispositivos headless (sem interface do usuário)”, explica Tim Zimmermann, vice-presidente de pesquisas do Gartner.
Na visão do especialista, muitos equipamentos conectados à Internet das Coisas utilizarão a banda larga estabelecida da rede empresarial, fornecida pelo departamento de TI (wireless 1.3 Gbps de 802.11ac Wave 1 ou 1.7 Gbps de 802.11ac Wave 2).
Contudo, adverte Zimmermann, é importante que os gestores de tecnologia trabalhem diretamente com o departamento de Gerenciamento de Instalações (FM, do inglês, facilities management) e com as unidades de negócios (BUs, do inglês, business units) da empresa para identificar todos os aparelhos e projetos conectados à infraestrutura empresarial e associados à rede.
Assim, uma vez que todos os dispositivos associados à rede sejam identificados, o departamento de TI deve criar ou modificar as regras de acesso como parte de uma estratégia de reforço da política empresarial. Isso deve determinar se e como esses dispositivos serão conectados, assim como qual função será atribuída a eles para controlar sua conexão.
Para monitorar o acesso e a prioridade dos dispositivos IoT, os líderes I&O precisam ponderar melhores práticas adicionais para a rede empresarial. Elas podem ser a definição de uma política de conectividade, visto que muitos dispositivos estarão conectados por Wi-Fi; realizar um planejamento de espectro, uma vez que eles podem utilizar 2.4 GHz mas não protocolos 802.11 tais como Bluetooth, ZigBee ou Z-Wave, que podem criar interferências; ou considerar packet sniffers (ferramentas de análise de rede) para identificar dispositivos que possam promover atividades indesejáveis na rede.
Como o conceito de segmentos virtuais continua a amadurecer, as capacidades permitirão que arquitetos de rede priorizem o tráfego de diferentes setores virtuais comparando-os ao restante do movimento na rede. Por exemplo, o tráfego de vídeo de segurança e o habitual de aplicativos empresariais podem ter uma prioridade maior do que o de iluminação LED.