Da terra para os ares; a solução vem de cima. Pesquisas internacionais afirmam que a agricultura será um dos maiores compradores de drones nos próximos anos. Esses pequenos robôs voadores prometem revolucionar o mundo agrícola em todo o mundo – inclusive no Brasil. Com câmeras de alta definição acopladas, registram imagens das plantações que, depois, são analisadas por softwares inteligentes capazes de identificar a presença de doenças, falhas no plantio e até estresse hídrico – falta d’água.

O uso dos drones na agricultura não é a novidade; muitos fazendeiros já fazem isso há algum tempo. O problema é que a tecnologia ainda é muito cara e acaba ficando restrita a agricultores de médio e grande porte. Drones para aplicações como este custam a partir de 10 mil reais e podem chegar a valer meio milhão de reais. O desafio é levar essas possibilidades para as lavouras também dos pequenos agricultores.

A partir do momento que o agricultor coleta imagens e informações georeferenciadas, os benefícios são inúmeros – tudo é feito com mais precisão; seja a aplicação de um inseticida ou qualquer tipo de controle biológico. As aplicações dos drones são inúmeras: com softwares de reconhecimento de imagem é possível identificar falhas e até contar a quantidade de plantas; combinados com câmeras especiais dá pra ir mais longe e identificar desde a deficiência de nutrientes até a presença de pragas específicas; uma câmera termal diz o momento exato de irrigar a plantação novamente; e com a ajuda de sensores a laser é possível saber a altura das plantas e inclusive a quantidade aproximada de frutos.

Atualmente, a análise das imagens captadas pelo drone é feita offline e pode levar de 3 a 10 dias. Ou seja: além de tornar esses pequenos voadores e suas câmeras incríveis mais acessíveis, o principal desafio é fazer com que essas análises possam ser feitas em tempo real; durante o voo…

O processador que controla os drones foi criado exclusivamente eles, mas é similar aos desenvolvidos originalmente para smartphones. Um detalhe é a diferença de precisão do GPS embarcado – nos drones o sistema é cinco vezes mais rápido e preciso que o dos celulares.

Quando a análise das imagens passar a ser feita em tempo real, pelo próprio drone, e chegar instantaneamente via 3G ou 4G nas mãos do agricultor, as tomadas de decisão serão infinitamente mais rápidas. Com essa velocidade toda, a agricultura vai entrar numa nova fase. Mas, ainda não chegamos lá. Um desafio por vez. Nesse momento, o primeiro obstáculo a ser superado é mesmo o preço. A partir do lançamento do programa dos drones, serão dois anos de testes com um grupo de agricultores familiares. A expectativa é que após isso seja possível lançar uma solução comercial com drone e softwares embutidos por um preço perto de cinco mil reais. É esperar para ver.

Fonte: Olhar Digital