Conectividade permitiu avanços no trabalho remoto pós-pandemia. (Divulgação/Getty Images)

Oportunidades de trabalho remoto permitem atrair talentos e promover maior qualidade de vida aos colaboradores

Por Rogério Takayanagi*

No último ano, observamos uma mudança significativa no modo de viver de muitos brasileiros. A qualidade de vida se tornou essencial e, com o aumento no número de casos de covid-19 e a possibilidade de novos confinamentos, muitos deixaram as capitais rumo ao interior ou a cidades mais afastadas das grandes metrópoles.

Essa mudança se tornou viável devido a alguns fatores fundamentais, dentre eles o modelo de trabalho em home office aliado à melhoria da infraestrutura, a digitalização dos negócios e a oferta de serviços, como, por exemplo, o acesso e a qualidade da conexão de internet.

O cenário foi impulsionado por toda essa transformação digital que extrapolou as fronteiras das grandes cidades e chamou a atenção não só de quem tinha o desejo de viver uma rotina mais tranquila, mas sobretudo dos que estavam em busca de novas oportunidades de trabalho, sem limitações geográficas.

Enquanto o mundo se adaptava a essa nova realidade, acontecia uma verdadeira corrida nos quatro cantos do planeta para reforçar as estratégias e esforços de massificação do serviço de internet por fibra ótica. Aqui no Brasil, o mesmo aconteceu. Do início da pandemia para cá, está cada vez mais evidente a interiorização da fibra ótica. Em menos de um ano, a Oi, por exemplo, atingiu um crescimento expressivo, dobrando a meta de instalações e alcançando a marca de dois milhões de usuários.

É uma clara evidência de como esses avanços têm feito toda a diferença na vida da população. Mais do que nunca a conectividade tem se mostrado essencial neste período de crise e intensificou a presença do digital no dia a dia das pessoas. O consumo de dados cresceu de forma acelerada nas mais diferentes atividades realizadas nas residências, exigindo conectividade de alta qualidade para o trabalho, entretenimento, educação e saúde.

Essa mudança de comportamento, que tem levado também muitos brasileiros a se beneficiar das vantagens do home office, procurando bons empregos em cidades distantes das sedes das empresas, deverá ter nos próximos anos um impacto positivo direto no desenvolvimento socioeconômico de algumas regiões afastadas das capitais.

Venho acompanhando diversas pesquisas sobre o tema. Numa delas, do portal de imóveis Zap+, 59% dos moradores de São Paulo e Belo Horizonte gostariam de mudar para uma cidade menor. No Rio de Janeiro, 67% das pessoas compartilham do mesmo desejo, segundo o mesmo levantamento.

Na companhia, nos perguntamos como essa mudança do modelo de trabalho provocada pela pandemia poderia ter um impacto positivo.

Percebemos que essa tendência seria uma oportunidade para atrair talentos fora do eixo Rio-São Paulo ou até mesmo para permitir que novos ou antigos colaboradores desses locais pudessem retornar para suas cidades natais ou migrar para regiões além das grandes metrópoles.

Decidimos abrir um processo para contratar pessoas de todos os lugares e passamos a ter experiências como a da analista de relacionamento digital Lahis Brandilla Calazans, que morava com a mãe num apartamento de 40 metros quadrados em São Paulo e estava trabalhando de forma remota temporariamente por causa da pandemia.

Quando soube de uma oportunidade 100% remota na Oi, ela viu que poderia viver mais perto do restante de sua família em Itajaí, Santa Catarina. Lahis passou a fazer parte do nosso time em novembro, e, uma semana depois, fez sua mudança para um apartamento no mesmo prédio do seu tio, com o dobro do tamanho, no Sul. Hoje ela está aproveitando o ganho de qualidade de vida ao lado da família na cidade litorânea e melhorou sua saúde física e mental.

Já o especialista em tecnologia da informação Christiano Talhate morava em Niterói, no estado do Rio de Janeiro, e também viu na vaga 100% remota a oportunidade de morar próximo de sua família no Espírito Santo. Trocou o apartamento pequeno por uma casa e, com o home office, ganhou horas para se dedicar a atividades físicas.

Essas duas histórias ilustram a nova realidade do mercado de trabalho e os aspectos sociais do momento atual em que vivemos. Sabemos que temos ainda bastante trabalho para desenvolver todas as condições de massificação do uso de fibra, aproveitando seu potencial de infraestrutura indispensável para o desenvolvimento econômico e para o avanço da vida digital.

Apesar do aumento verificado nos últimos meses, a penetração de fibra ótica no Brasil ainda é relativamente baixa, e há muitas oportunidades de crescimento para o setor de telecomunicações. Mas já vemos como a tecnologia já transformou o futuro em presente em tempo recorde.

*Rogério Takayanagi é Diretor de Estratégia e Transformação da Oi

Fonte: Exame