De acordo com a The Bridge, especializada na contratação de talentos digitais, as empresas estão determinadas a diminuir o gap de gênero

Se em uma conversa sobre intelectuais que revolucionaram a tecnologia não lhe vem à mente nenhum nome feminino, isso é fruto da baixa representatividade da mulher neste segmento. Embora Ada Lovelace, primeira programadora da história, e Doroth Vaughan, desenvolvedora de uma linguagem de programação utilizada pela NASA nos anos 1950, sejam as responsáveis pelos avanços tecnológicos dos quais a sociedade desfruta atualmente, é comum creditar essa evolução a personalidades notáveis do gênero masculino, como Steve Jobs e Bill Gates.

Atualmente, apenas 20% dos profissionais de T.I são mulheres, de acordo com dados recentes divulgados pelo IBGE. Irina Bezzan, Managing Director da The Bridge , rede de talentos digitais que conecta profissionais de tecnologia a oportunidades de trabalho em todo o mundo, diz que o mercado de trabalho tem se movimentado para diminuir o gap de gênero neste setor e ressalta que criar uma atmosfera favorável para a igualdade e equidade salarial são iniciativas primordiais que devem ser abordadas pela cultura organizacional de cada companhia.

“Embora as estatísticas apontem para a disparidade de gênero no setor, as empresas têm trabalhado na cultura organizacional a fim de mudar este cenário e criar um ambiente favorável e receptivo para todos os grupos minoritários, como mulheres, negros e profissionais LGBTQI+. O mundo globalizado contribuiu para a diversidade ocupar cada vez mais espaço”.

Irina ressalta que embora a participação da mulher esteja crescendo aos poucos, já há o que comemorar. “Na The Bridge Brasil temos mais de 150 vagas abertas e a participação feminina em nossos processos seletivos cresceu 60% este ano, em comparação com 2020. O público feminino corresponde a 20% dos currículos para as oportunidades de Analista de Sistema, Desenvolvedor(a) Back End e Data Expert. Quando analisamos as candidaturas para vagas de Analista SAP, as mulheres correspondem a 40% do total”.

A preocupação social é, inclusive, uma constante para as companhias de tecnologia, de acordo com Gabriel Chaves, Digital Hunter da The Bridge. “Aproximadamente 60% dos nossos clientes nos pedem para priorizar mulheres para as oportunidades de trabalho, visando diminuir a desigualdade de gênero. Alguns, inclusive, pagam bônus pela contratação de desenvolvedoras. Este é um excelente momento para as mulheres se qualificarem na área de TI, visto que o mercado está aquecido e este cenário tende a ficar ainda mais diverso e democrático nos próximos anos”, diz.

Mas ainda há muito o que ser conquistado. De cada 68 contratações feitas pela The Bridge para algumas de suas empresas-clientes, apenas 7 são mulheres. A qualificação deste público ainda é um obstáculo: faltam profissionais sêniores. A maioria das vagas preenchidas por elas são em funções Júnior e Pleno.

Com mais de 50 mil vagas abertas apenas no primeiro trimestre, de acordo com a Brasscom, associação que reúne empresas de tecnologia da informação, o setor se destaca como mola propulsora da economia global.

“Embora tenhamos conquistado espaços e posições de liderança relevantes nos últimos anos, os esforços pela equidade de gênero, sobretudo no segmento tecnológico, em que essa disparidade é ainda mais visível, precisam ser constantes. Há ainda paradigmas a serem vencidos para que cada vez mais mulheres desenvolvam carreiras brilhantes. Nunca houve um momento mais propício para esta virada de chave: a tecnologia anseia pela expertise dessas profissionais”, finaliza Irina.

Fonte: https://ipnews.com.br/cresce-em-60-a-candidatura-de-mulheres-em-vagas-de-tecnologia-aponta-levantamento/