Caneta e planilha

Todos que passam pela busca de um novo emprego têm que continuar lidando com as contas a pagar. Esse ponto sempre gera ansiedade. Então, como lidar?

Para quem está sem emprego, planejar as despesas é a melhor opção. Já dissemos antes: o momento pede atitudes racionais. E as finanças devem ser racionalizadas também. Veja como:

Converse com a família

Em casos de demissão, é muito importante conversar com familiares e contar o ocorrido no mesmo dia em que receber a notícia. De imediato, peça o apoio e a compreensão de todos.

É importante colocar a cabeça no lugar, como já dissemos antes, e logo reunir a família, expor o momento de transição e que ele pode exigir que todos ajudem um pouco no controle de gastos, com pequenas ações que todos podem fazer, como por exemplo:

  • evitar compras por impulso ou que podem esperar;
  • preparar refeições em casa, evitando restaurantes;
  • desligar a luz quando não for usá-la;
  • tomar banhos mais rápidos;
  • até mesmo reduzir a pizza… etc.

Mostre que todos podem contribuir durante um momento que vai passar, e que você vai trabalhar para isso! Contagie a família com confiança, mas mostre que o momento exige pequenos cuidados que, somados, ajudam a atravessar o momento com mais tranquilidade. Envolva a família sempre de maneira positiva. Já dissemos antes: o copo deve estar sempre meio cheio! Explique que os tempos mudaram e que, atualmente, um processo de recolocação requer um trabalho intenso na busca de oportunidades, envolvendo vários contatos com diversos profissionais, e que você precisará da ajuda de todos para ampliar sua rede de contatos. Conquiste o apoio da família, inclusive para ajudar você em algumas tarefas que aparecerão durante o processo. E aproveite para conversar sobre o orçamento familiar e as economias necessárias para o momento.

Caso o orçamento doméstico se torne uma questão difícil, você deverá entender que seus familiares também se sentem aflitos e sob pressão. Portanto, seja também compreensivo nos momentos em que os ânimos se alterarem. Mas lembre-se: suas ações – e não palavras – e o modo como você se posiciona perante o problema são os fatores que trarão maior positividade ao ânimo de sua família. Agindo desta forma, certamente você poderá contar com a colaboração total de seus entes queridos.

Faça uma lista de despesas domésticas e familiares

É interessante obter algum conforto ao descobrir que você consegue reduzir algumas despesas. Para isso, você precisa saber onde seus recursos são gastos para poder, quando possível, reduzir o que é acessório ou desnecessário.

O ideal é você colocar suas despesas numa planilha para entender quais são seus custos fixos e identificar quais custos podem ser reduzidos. Se você não tem um editor de planilhas, saiba que existem várias versões gratuitas na Internet. Outra dica: existem vários aplicativos gratuitos para celular dedicados ao controle de despesas.

Não se esqueça de incluir nenhuma despesa mensal: água, luz, telefone, aluguéis, impostos, seguros de vida e de saúde, etc. Não despreze sequer os pequenos gastos diários ou semanais. Inclua diariamente todos os seus gastos na planilha durante um mês.

Após determinar que despesas você pode reduzir, você terá uma ideia de quanto tempo durarão os recursos que você tem, para ter uma visão sobre os seguintes assuntos:

  • Que outras fontes alternativas de renda você pode ter (trabalhos temporários, aplicações, venda de um bem, empréstimos com parentes)?
  • Reduzidos os custos, por quanto tempo seus recursos durarão?

Sim, é necessário encarar esta realidade. Mascará-la é tapar o sol com a peneira. Mas por mais assustador que possa parecer o prazo que você encontrar, é importante que você o conheça, pois ele ajudará a alinhar suas expectativas. Prazos mais curtos para se recolocar exigirão maior flexibilidade de sua parte para aceitar oportunidades que, mesmo que não sejam as ideais, ajudarão a manter suas contas equilibradas. E não se esqueça de que o melhor momento para se buscar um novo emprego é enquanto se está empregado.

Fuja dos juros, principalmente dos mais altos

Procure pagar todas as suas despesas à vista, evitando também atrasos e multas. Se você tem cartão de crédito e achou que é uma boa ideia utilizá-lo para fazer dívidas, mude já isso. As taxas de cartões de crédito são geralmente as mais altas do mercado. Se você já tem alguma dívida em cartão de crédito, procure entrar em contato com um gerente de seu banco e verifique a possibilidade de converter a dívida do cartão em outras formas. Juros de cheque especial e empréstimos pessoais costumam ser bem menores. Mas o ideal, sempre que possível, é fugir dos juros SEMPRE, sejam eles altos ou baixos. Portanto, o ideal mesmo é quitar dívidas se possível e eliminar os juros de suas despesas. Como nem sempre é possível, busque renegociações e juros menores sempre que possível.

A vida continua!

Não pense que, com tudo isso, você deve paralisar sua vida social. Pelo contrário, seus amigos, parentes e demais pessoas com quem você costuma se encontrar, por exemplo, em bares e restaurantes, poderão ser essenciais para a estruturação de seu networking pessoal. Assim, procure alternativas para continuar encontrando pessoas de suas relações.

Se possível, busque fontes alternativas de renda, mas tome cuidado: há muitas ofertas de trabalho alternativo no mercado que nada fazem a não ser tomar seu tempo e até mesmo seu próprio dinheiro.

O hábito da economia e atenção aos gastos domésticos será útil durante e após sua recolocação no mercado de trabalho. Cuidar bem dos recursos financeiros disponíveis para você o ajudará a manter sua autoconfiança e seu senso de planejamento, pontos que sem dúvida poderão valorizar você diante das empresas em processos de seleção.

Este artigo é parte integrante do novo Manual da Recolocação, produzido pela Curriculum.com.br.
Novos artigos são publicados toda semana, até que o conteúdo integral do Manual seja publicado.

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