No Brasil, 92% das pessoas que utilizam cadeira de rodas ou outro dispositivo de mobilidade relatam já ter vivenciado alguma consequência negativa na vida profissional em decorrência do uso desses equipamentos. É o que aponta uma pesquisa feita pela Toyota Mobility Foundation, uma entidade criada pela Toyota para discutir temas ligados à mobilidade.

O levantamento foi feito com 575 pessoas que usam cadeira de rodas ou outro dispositivo de mobilidade no Reino Unido, EUA, Índia, Brasil e Japão. A proporção de 92% de pessoas que fazem relatos de dificuldades no mercado de trabalho em virtude do uso da cadeira de rodas é maior que a média entre os cinco países, de 89%.

Entre os profissionais brasileiros, a dificuldade mais citada foi a necessidade de reduzir o número de horas trabalhadas por dia devido às dificuldades de acesso. Essa situação foi relatada por 45% dos entrevistados. Entre os 5 países que participaram da pesquisa, a média é de 30%.

O segundo problema mais citado foi a limitação dos postos a que as pessoas que usam cadeira de rodas poderiam se candidatar, com 41%. A média entre os 5 países é de 34%.

Mercado de trabalho e uso de cadeira de rodas

Quais das seguintes situações você viveu por usar cadeira de rodas ou dispositivo de mobilidade? Brasil – percentual de entrevistados
Tive que reduzir o número de horas trabalhadas por dia devido às dificuldades de acesso 45%
Houve limitação dos trabalhos que eu poderia me candidatar 41%
Tive que trabalhar de casa 40%
Me senti menos independente no trabalho 39%
Me senti impedido de progredir na minha carreira 38%
Não foi capaz de trabalhar 37%
Senti que meu trabalho foi desperdiçado 33%
Foram atribuídas a mim menos responsabilidades no trabalho 33%
Tive que me tornar autônomo 29%

“Potencialmente, milhões de pessoas em todo o mundo são incapazes de trabalhar ou de ser tão produtivas devido aos seus atuais dispositivos de mobilidade. Há claras implicações sociais e econômicas que destacam a necessidade urgente de inovação no campo da tecnologia assistiva”, disse em nota Ryan Klem, Diretor de Programas para a Toyota Mobility Foundation.

Fonte: G1